quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

EUSÉBIO, O KING

                                                           
Eusébio é um símbolo do futebol português. No dia dos seus 70 anos aqui partilho uma série de "estórias" passadas com o King, é assim para os amigos, um REI até na humildade.




EUSÉBIO SEMPRE REI

Quando enveredei pelo jornalismo já Eusébio não jogava, mas não deixei de me cruzar várias vezes com ele, de o entrevistar e até de jogar, jornalistas x equipa ex. craques, contra aquele que foi e ainda é, na minha opinião, o maior jogador português de todos os tempos.



A primeira vez que falei com Eusébio foi em 1986, era eu Técnico de Desporto da C. M. Loures, na apresentação de uma das edições do Torneio Internacional de Futebol Infantil da Pontinha, onde tive ocasião de apreciar a simpatia e humildade de um Homem que não se deslumbrou com o estatuto que alcançou no futebol. Já o admirava enquanto jogador de eleição, apesar de não ser do Sporting, mas a partir daquela altura passei a admirá-lo como pessoa.



Curiosamente, a minha primeira reportagem, em directo, na TSF, teve o King como protagonista. Foi no lançamento da vida do "Pantera Negra" em banda desenhada. Estávamos em Abril de 1990 e a apresentação foi no Pátio Alfacinha, em Lisboa. O directo tinha como tempo previsto cerca de 5 minutos mas, de repente, recebi indicações de estúdio que só teria 2 minutos. Acabou tudo por correr muito bem, com Eusébio a corresponder, na perfeição, ao meu apelo para sintetizar as suas declarações.



No dia 25 de Janeiro de 1992 tive o privilégio de fazer a reportagem dos 50 anos da vida de Eusébio. Uma grande festa no antigo Estádio da Luz, com as bancadas bem compostas, para dar os parabéns ao King, que se equipou e jogou uns minutos.



Em Maio de 1996 assisti, e disso fiz reportagem, a uma homenagem de arrepiar, em Dublin, quando Portugal fez um jogo de preparação, com a Irlanda, para o Euro 96. O Estádio estava a abarrotar. Eusébio foi chamado ao centro do relvado. O público, todo de pé, tributou ao internacional português uma ovação tal que superou a que foi dada a Jack Charlton na altura seleccionador irlandês.



Quando fui para o Sporting encontrei-me com Eusébio em jogos e outros eventos. Logo nos primeiros tempos de Alvalade estive num determinado local onde, por alguma razão, não me apercebi da presença do King. Então não é que ouvi da boca dele algo que me fez ficar sem jeito. Disse-me o Pantera, tocando-me no ombro: "agora que estás no Sporting já não falas aos pobres"! Confesso que fiquei atrapalhado e reagi com um pedido de desculpa porque, efectivamente, não o tinha visto.





Apesar de Eusébio nunca ter representado o Sporting Clube de Portugal, mereceu sempre a admiração de muitos sportinguistas. Dias da Cunha, que também nasceu em Moçambique, tinha no seu gabinete presidencial, no Alvalade XXI, uma foto com Eusébio equipado à Sporting, numa equipa do então Sporting Clube de Lourenço Marques. Sempre que eu olhava para a foto pensava como o Sporting poderia ter beneficiado  se Eusébio em vez de ter ido para o Benfica tivesse ficado nos Leões?



Para terminar, lembro-me que em 90/91 joguei futebol contra Eusébio, numa equipa de jornalistas. Na formação adversária para além do King  estavam, também, Bento, Humberto Coelho, Manuel Fernandes e Jordão entre outros. Eusébio, com 47 anos, já não corria muito, nem precisava para ainda mostrar grande classe no tratamento da bola. Não me lembro bem do resultado?! terá sido para aí um "empate" ...  de 2 a 7!



Viva Eusébio, longa vida para o King.





Carlos Severino