domingo, 30 de janeiro de 2011

APLAUSO E ASSOBIO - 24 A 30 DE JANEIRO




APLAUSO






NACIONAL E P. FERREIRA

Nacional e Paços Ferreira apuraram-se, com todo o mérito, para as meias-finais da Taça da Liga. Afastaram equipas como o FC Porto (Nacional), Guimarães e Braga (Paços de Ferreira).

Os treinadores dos dois emblemas, Rui Vitória e Jokanovic, mostraram serviço, bom serviço, e por isso estão de parabéns. Para além do mais, uma das equipas vai à final com Sporting ou Benfica.




ASSOBIO




FC PORTO

Não é normal o FC Porto ver-se arredado de uma competição perdendo a hipótese de apuramento em casa com um adeversário menos cotado . Foi o que aconteceu na Taça da Liga ao ser derrotado pelo Nacional em pleno Dragão.

A Taça da Liga nunca foi uma prova querida para os lados do Dragão, mas com a performance do FCP no Campeonato, na Taça de Portugal e na Liga Europa não é  prestigiante ser afastado da 4ª competição que, teoricamente, seria a mais fácil para os comandados de André Villa – Boas.


Carlos Severino

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EUSÉBIO, O KING

                                                           
Eusébio é um símbolo do futebol português. No dia dos seus 69 anos aqui partilho uma série de "estórias" passadas com o King, é assim para os amigos, um REI até na humildade.




 EUSÉBIO SEMPRE REI

Quando enveredei pelo jornalismo já Eusébio não jogava, mas não deixei de me cruzar várias vezes com ele, de o entrevistar e até de jogar, jornalistas x equipa ex. craques, contra aquele que foi e ainda é, na minha opinião, o maior jogador português de todos os tempos.



A primeira vez que falei com Eusébio foi em 1986, era eu Técnico de Desporto da C. M. Loures, na apresentação de uma das edições do Torneio Internacional de Futebol Infantil da Pontinha, onde tive ocasião de apreciar a simpatia e humildade de um Homem que não se deslumbrou com o estatuto que alcançou no futebol. Já o admirava enquanto jogador de eleição, apesar de não ser do Sporting, mas a partir daquela altura passei a admirá-lo como pessoa.



Curiosamente, a minha primeira reportagem, em directo, na TSF, teve o King como protagonista. Foi no lançamento da vida do "Pantera Negra" em banda desenhada. Estávamos em Abril de1990 e a apresentação foi no Pátio Alfacinha, em Lisboa. O directo tinha como tempo previsto cerca de 5 minutos mas, de repente, recebi indicações de estúdio que só teria 2 minutos. Acabou tudo por correr muito bem, com Eusébio a corresponder, na perfeição, ao meu apelo para sintetizar as suas declarações.



No dia 25 de Janeiro de 1992 tive o privilégio de fazer a reportagem dos 50 anos da vida de Eusébio. Uma grande festa no antigo Estádio da Luz, com as bancadas bem compostas, para dar os parabéns ao King, que se equipou e jogou uns minutos.



Em Maio de 1996 assisti, e disso fiz reportagem, a uma homenagem de arrepiar, em Dublin, quando Portugal fez um jogo de preparação, com a Irlanda, para o Euro 96. O Estádio estava a abarrotar. Eusébio foi chamado ao centro do relvado. O público, todo de pé, tributou ao internacional português uma ovação tal que superou a que foi dada a Jack Charlton na altura seleccionador irlandês.



Quando fui para o Sporting encontrei-me com Eusébio em jogos e outros eventos. Logo nos primeiros tempos de Alvalade estive num determinado local onde, por alguma razão, não me apercebi da presença do King. Então não é que ouvi da boca dele algo que me fez ficar sem jeito. Disse-me o Pantera, tocando-me no ombro: "agora que estás no Sporting já não falas aos pobres"! Confesso que fiquei atrapalhado e reagi com um pedido de desculpa porque, efectivamente, não o tinha visto.





Apesar de Eusébio nunca ter representado o Sporting Clube de Portugal, mereceu sempre a admiração de muitos sportinguistas. Dias da Cunha, que também nasceu em Moçambique, tinha no seu gabinete presidencial, no Alvalade XXI, uma foto com Eusébio equipado à Sporting, numa equipa do então Sporting Clube de Lourenço Marques. Sempre que eu olhava para a foto pensava como o Sporting poderia ter beneficiado  se Eusébio em vez de ter ido para o Benfica tivesse ficado nos Leões?



Para terminar, lembro-me que em 90/91 joguei futebol contra Eusébio, numa equipa de jornalistas. Na formação adversária para além do King  estavam, também, Bento, Humberto Coelho, Manuel Fernandes e Jordão entre outros. Eusébio, com 47 anos, já não corria muito, nem precisava para ainda mostrar grande classe no tratamento da bola. Não me lembro bem do resultado?! terá sido para aí um "empate" ...  de 2 a 7!



Viva Eusébio, longa vida para o King.





Carlos Severino

domingo, 23 de janeiro de 2011

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 17 A 23 JANEIRO



APLAUSO








HULK

Com 17 jornadas cumpridas Hulk marcou 17 golos. É uma marca assinalável de um jogador que marca a diferença pela sua capacidade física e técnica juntado a disponibilidade para o jogo.

Hulk tem tornado o ataque do FC Porto muito eficaz e apresenta uma performance que lhe augura um futuro, a breve prazo, num emblema forte de Espanha, Inglaterra, Itália ou Alemanha com o FC Porto a encher, mais uma vez, os seus cofres.




ASSOBIO




JORGE JESUS

Numa noite gélida onde o Benfica venceu, bem, o Nacional, Jesus aqueceu o ambiente com um gesto muito infeliz para com o jogador madeirense, Luís Alberto! Não há justificação plausível para tal atitude por banda de uma pessoa extraordinariamente mediática como é o treinador do Benfica, seja ele qual for.

Apesar do árbitro nada mencionar no relatório de jogo, a TVI mostrou tudo a mais de 1 milhão e por isso não há como esconder aquela feia evidência. Não sei o que pode acontecer em matéria de disciplina, apenas digo a JJ que não havia necessidade!

Carlos Severino

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

SOUSA CINTRA - O SPORTING E A "ESCOLA DA VIDA"




No Sporting o tempo é de reflexão para se perceber como contornar um momento tão ou mais difícil do que em 1989. Nessa altura foi gente da 4ª classe que salvou a situação que agora volta a estar de pantanas sob a gerência da aristocracia.





O SALVADOR


Em 1989 os jogadores de futebol estiveram 7 meses sem receber. Em cerca de um ano o Presidente, Jorge Gonçalves, eleito por grande maioria, muito por via das tais "unhas" que iriam devolver ao Leão as vitórias tão ansiadas, não evitou que tudo descambasse. Foi um tempo, curto, de ilusão, tal como o mandato de JEB, com o Sporting a bater no fundo.


Gonçalves não conseguiu dar a volta à situação e foi Abrantes Mendes, então presidente da Assembleia-geral, que convocou eleições antecipadas para parar todo o desalento que pairava na Nação Sportinguista.


Lembro-me, como se fosse hoje, de ver na TV um senhor que dava pelo nome de Sousa Cintra, absolutamente desconhecido do universo leonino, que, com toda a humildade, disse: "se não houver ninguém credível para agarrar no Clube eu avançarei". E assim foi, o empresário que sempre assumiu não ser letrado e apenas ter a escola da vida, lá avançou e assumiu uma situação muito difícil.


A coragem de Sousa Cintra foi grande, mas com a sua habilidade negocial conseguiu resolver imensas situações complicadas, especialmente as dívidas aos atletas. Com as suas naturais limitações, acabou por construir um plantel que na época de 90/91 esteve as primeiras 13 jornadas à frente do campeonato e até dava gosto ver a equipa jogar. O treinador era Marinho Peres e Alvalade registava sempre um número apreciável de espectadores. Ele, Cintra, sabia motivar os adeptos.


Sousa Cintra nunca foi um expert na movimentação dos bastidores e fez disparates como o despedimento de Robson, mas nunca descurou a qualidade dos jogadores que contratava e o Sporting só nada ganhou no seu reinado, na Taça de 95 já era presidente Santana Lopes, por um conjunto de situações que revelaram a sua ingenuidade perante certas jogadas de bastidores.


Quando saiu do Sporting para dar lugar, pacificamente, à equipa de José Roquete, o passivo do Sporting situava-se na casa dos 30 milhões de euros, na altura 6 milhões de contos, mas com um vasto património que hoje na sua totalidade não pertence ao SCP, e em parte já nem está na SAD.


Cintra não foi o melhor presidente do Sporting, mas tomara o futuro líder receber um Sporting como aquele que Cintra deixou.


NOTA FINAL


Não se sabe ainda quem será o futuro Presidente, mas que tem uma tarefa muito difícil pela frente, lá isso tem. O Sporting é hoje um clube que tem na SAD o seu farol que, por seu lado, tem a luz quase a extinguir-se, por via de tanta dependência de baterias que são carregadas por terceiros e que delas vão tentando retirar uma percentagem bem mais elevada da energia que lá é colocada. A solução certa não vai ser agora encontrada. O futebol do Sporting já não é dos sócios. Por isso o modelo SOS, para levantar o futebol do leão, tem de passar por um Abramovich, um Berllusconi ou coisa parecida. Em Inglaterra o modelo pegou e os Manchesteres, Liverpool e Chelsea não perderam grandeza, nem adeptos. Em Portugal o mais próximo que vejo com perfil, se ele quisesse, seria o Joaquim Oliveira. E se mais não fosse, até por toda a envolvência que  tem  tido com o Sporting.


Carlos Severino

domingo, 16 de janeiro de 2011

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 10 A 16 JANEIRO 2011




APLAUSO







BETTENCOURT


Finalmente JEB tem direito a um APLAUSO. O facto de reconhecer que estava a fazer mal ao Sporting, embora tardiamente, acaba por culminar um processo completamente desajustado para com aquilo que os Sportinguistas estavam à espera.






ASSOBIO





BETTENCOURT


O reconhecimento de que estava a fazer mal ao Sporting não chega para apagar o legado que deixa. José Bettencourt não fez outra coisa que não esvaziar o SCP e deixá-lo com um imenso passivo, sem património físico, passou todo para a SAD, e com um inimaginável buraco financeiro. Isto depois de ter vendido a "maçã podre" a um rival e ter comprado um tal de Sinama – Pongolle por 6,5 milhões. Da situação desportiva nem vale a pena falar.  Assim se escreveu uma das páginas mais negras de um Clube centenário. E agora quem quer, quem pode, pegar no Sporting para o aproximar, pelo menos, do nível de Porto e Benfica?


Carlos Severino

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

SIC - NOTÍCIAS - UMA "ESTÓRIA" DE CAMPEÕES


A SIC – Notícias que está a comemorar 10 anos, arrancou quando eu já era colaborador do Sporting. Como responsável pela Comunicação, fui muitas vezes confrontado com pedidos para se fazerem reportagens "À SIC". Uma delas foi mesmo uma brilhante jogada de antecipação solicitada pelo grande repórter, e ex. Companheiro TSF, José Manuel Mestre.

No final da temporada 2001/02, o Sporting estava a um passo de se sagrar Campeão, mas tinha de aguardar pelo resultado de terceiros para confirmar o Título. Os leões haviam jogado, a um sábado, em Setúbal onde empataram a 2 bolas. Mas mesmo ganhando, o Sporting tinha de esperar por uma conjugação de resultados, quase improváveis, para fazer a festa.

Com uma visão muito objectiva do que podia suceder, mesmo com as probabilidades dos tais resultados a serem diminutas, o jornalista, SIC, José Manuel Mestre contactou-me no sentido de que o Sporting autorizasse a montagem de um palco e a instalação de estruturas junto ao velhinho Alvalade, para que pudessem, se fosse caso disso, fazer a grande festa da conquista do Título.

Depois de uma boa conversa, lá acertámos os pormenores e ficou assente que a SIC estava autorizada a montar o material necessário à cobertura de uma hipotética festa. Sei que o Mestre teve de convencer, internamente, quem fazia a gestão dos gastos para que apostassem em algo que tinha poucas probabilidades de acontecer. Mas convenceu.

Conheço Mestre dos meus tempos de TSF e quando lá cheguei já ele era uma referência da reportagem. Trabalhámos juntos num programa diário e em diversas reportagens. Confesso que aprendi muito com ele. Aprendi que uma das características do grande repórter é andar sempre um passo à frente dos outros, mesmo correndo riscos.

Com todos os riscos assumidos, a SIC preparou-se e aguardou pelo desfecho final. E não é que o palpite do Mestre deu certo! Os resultados conjugaram-se e o Sporting foi CAMPEÃO a uma jornada do final do campeonato. José Manuel Mestre, ele próprio, e outros companheiros fizeram com que a SIC – Notícias saísse, mais uma vez, na frente e desse ainda mais brilho a uma festa que nem estava preparada.

Tal como a Ronaldo, o sucesso na SIC – Notícias também dá muito trabalho. Na pessoa do grande repórter e meu amigo José Manuel Mestre, aproveito para endereçar os meus parabéns à SIC – Notícias pelos 10 anos de um autêntico serviço Público de grande qualidade e utilidade.

Carlos Severino

domingo, 9 de janeiro de 2011

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 3 A 9 JANEIRO 2011





APLAUSO





CARLOS MOZER

É o que se chama ter estrelinha. Na sua primeira vez como treinador principal em Portugal, saiu vitorioso.

Mozer agarrou, com as duas mãos, a difícil tarefa de treinar o último classificado da Liga, e numa deslocação ao terreno de um adversário como o Guimarães levou a Naval ao triunfo, apenas o 2º em 15 jornadas, relançando a esperança de uma recuperação que tire a equipa da zona de descida.

Carlos Mozer conhece bem o futebol português, é ambicioso e por isso pode, muito bem, fazer o quase milagre de livrar a Naval do fantasma da despromoção.



ASSOBIO




CARLOS AZENHA

É a 2ª oportunidade para treinar na 1ª Liga e não correu bem. Azenha treinou o V. Setúbal e na altura não mostrou serviço acabando por sair vítima dos péssimos resultados que registaram algumas, copiosas, goleadas.

O novo treinador do Portimonense acabou por entrar de novo com o pé esquerdo, perdendo em casa, precisamente, com a sua anterior equipa, com a turma de Portimão a encaixar 4 golos apenas conseguindo marcar 3.

A tarefa de Azenha já não se apresenta nada fácil, mas começar desta maneira também não ajuda muito.

Carlos Severino

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

ALVALADE - FELICIDADE COM LÁGRIMAS

Confesso que, como toda a gente, tenho apanhado na minha existência algumas pessoas que outra coisa não fazem do que chatear e prejudicar quem até lhes fez bem. Claro que o mundo do futebol está cheio de uns quantos que não sabem viver de outra forma que não seja a de lixar o próximo e por duas razões: por tudo e por nada! E às vezes é tão fácil fazer os outros felizes, como se prova pela "estória" que passo a contar.

DA ÁFRICA DO SUL AO RELVADO DE ALVALADE

Já foi há uns anos largos, mas ainda hoje retenho a imagem de felicidade de um casal, já com alguma idade, de emigrantes portugueses na África do Sul.

Uma tarde, creio que em 1999, desempenhava eu funções de responsável pela comunicação no Sporting, quando, ao passar junto ao átrio da porta 1 do velhinho Alvalade, fui interpolado por um casal que, sem saber quem eu era, se me dirigiu com toda a humildade. Apresentaram-se como portugueses emigrados há muitos anos na África do Sul. Ele não disfarçava a emoção do momento dizendo, com um brilhozinho nos olhos, que era Sportinguista desde sempre e que tinha um desejo: "pisar o relvado do José Alvalade".

Ora perante um pedido tão expressivo, carregado de um significado perto da intangibilidade, não me ofereceu qualquer dúvida e sem rodeios ou explicações pedi-lhes que me acompanhassem de imediato.
Com os olhos rasos de curiosidade, mais ele é claro, lá entraram pela porta de acesso à central poente, onde estavam os anéis olímpicos, e mal avistaram o relvado pararam extasiados com se tivessem visto a 8ª maravilha.

Depois de uns minutos de conversa emotiva, lá fomos ao relvado bem tratado, na altura pelo Coronel Cunha Bispo que se tivesse visto tinha feito uma bela de uma cena, que o casal pisou e com ele a ir ao centro do terreno. De braços abertos rodou, chorou e agradeceu emotivamente aquele momento de grande felicidade e significado de um Leão que mesmo longe tinha no Sporting um fortíssimo elo de ligação.

DAR FELICIDADE NÃO CUSTA NADA

Confesso que fiquei, também, bastante emocionado com tudo o que se passou. Afinal a minha disponibilidade foi compensada por ver a grande felicidade de duas pessoas que, amando o Sporting à distância de uns milhares de quilómetros, viram concretizado um desejo que lhes parecia como que impossível de se realizar. E não me custou nada. Fez-me sentir como às vezes é tão fácil fazer os outros felizes. É uma questão de vontade.

Carlos Severino