segunda-feira, 26 de julho de 2010

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 19 A 25 JULHO




APLAUSO






PAULO SÉRGIO

Na primeira conquista da Era Paulo Sérgio, o Sporting foi uma equipa, teve fio de jogo, marcou e ganhou o New York Football Chalenge perante formações como o Man. City e o Tottenham.

Paulo Sérgio está a mostrar que pode fazer do Sporting uma equipa com potencial para se voltar a contar com ela.

Vamos aguardar por mais resultados, mas para já o Sporting parece bem diferente, para melhor.




ASSOBIO



PROCESSO A CARLOS QUEIROZ

Só neste País. O Mundial já terminou há largos dias e agora aparece este imbróglio para correr com o seleccionador, uma vez que não conseguiram que se demitisse!

É claro que ninguém tem o direito de ofender ninguém, mas não se percebe a razão por que o assunto não foi resolvido entre-portas, na hora certa!

Carlos Queiroz não é uma pessoa fácil, mas é o seleccionador de Portugal e por isso deveria merecer outro tipo de tratamento. É muito pouco corial querer-se correr com ele desta forma tão mesquinha.

Carlos Severino

quinta-feira, 22 de julho de 2010

GIMÉNEZ POR 900 Mil CONTOS!


Se alguém veio para o Sporting por números que não correspondiam ao valor real do jogador, foi o então jovem Bruno Giménez. Tratou-se de mais uma transferência com contornos muito peculiares, que vale a pena contar.

A MULTIPLICAÇÃO DOS DÓLARES


Bruno Giménez era um jovem de 20 anos quando chegou ao Sporting. O esquerdino "oferecido" como "prenda" a Octávio Machado, veio da Argentina, do Newell´s Old Boys, foi apresentado como um craque cujo passe custou 900 mil contos!



O jovem jogador era jingão, mas não um fora de série como o preço parecia indicar. No último jogo de Octávio à frente do Sporting, encontro com o Varzim que terminou empatado a 1 golo, Bruno ao tentar parar a bola no peito, que vinha do seu guarda- redes, acabou por isolar um avançado adversário. Eu que estava a fazer a reportagem desse encontro, não pude deixar de reparar nesse pormenor.

Já com Carlos Manuel a treinador do Sporting e eu como director de comunicação, tive oportunidade de conhecer melhor o jovem Bruno Giménez. Era um "miúdo" afável, humilde, mas muito desamparado.

Uma noite fui a sua casa por causa de uma entrevista para uma revista cujo tema era as habilidades gastronómicas de Giménez. Como bom argentino, o Bruno fez um excelente empadão de carne que foi de comer e chorar por mais. Na conversa que mantivemos, perguntei-lhe há quantos anos ele andava a saltar de clube em clube e sem a companhia da família. Disse-me que andava naquela vida desde os 13 anos! Ou seja, nas mãos de empresários! Disse-me, ainda, que vivia do jeito natural que tinha para jogar a bola, porque ninguém lhe havia ensinado como o fazer.

Quanto à questão de os adeptos exigirem mais dele, respondeu-me desta forma surpreendente: "contratam-me a preço de Maradona e eu não sou o Maradona nem sequer custei na origem o valor de que se fala"! Claro que lhe perguntei qual o valor que custou na origem? Muito abaixo do valor que é falado, respondeu-me ele! Nem 1 milhão de dólares, acrescentou.

A ser verdade a afirmação do Bruno, na travessia do Atlântico o montante passou para os cerca de 5 milhões de dólares, na altura a moeda dos States estava a 180 escudos, que o Sporting desembolsou por um jogador que acabaria por sair na época seguinte, 98/99, por não contar para o treinador, Jozic, por valores que desconheço. Afinal Giménez jogou apenas 16 encontros com a camisola do Sporting, marcando somente 1 golo.

Giménez voltou a aparecer na Europa, mas agora com o nome de Bruno Marioni. Teve alguma relevância na passagem pelo Villareal, passou ainda pelo Tenerife, mas depois fixou-se entre a Argentina e México onde conseguiu algumas boas performances. Ao certo, foi mais um daqueles jogadores "amarrado" aos desígnios de empresários e, provavelmente, o menos beneficiado com os "balúrdios" que giraram à sua volta.

Carlos Severino

segunda-feira, 19 de julho de 2010

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 12 A 18 DE JULHO




APLAUSO








CARLOS MARTINS



O jogador do Benfica foi considerado o melhor no Torneio de Guimarães. Grandes exibições, 2 excelentes golos a prometer uma excelente época.



É mais um talento que não vingou no Sporting (sabe-se lá porquê). É mais um jogador formado em Alvalade, a mostrar uma qualidade invejável num rival.





ASSOBIO







PONGOLLE



Não há como contornar. Um jogador que custa 6,5 milhões e que rende (muito pouco) o que rende em campo, deixa uma angústia muito grande nos adeptos leoninos.



Por aquele preço não havia um jogador mais útil para o Sporting?



Carlos Severino

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O CUSTO DA TRANSFERÊNCIA DE BARBOSA

Estamos em tempo de mercado. As compras e vendas de jogadores sucedem-se e em tempo de crise os valores assustam. Mas em valores de 1995, a vinda de Pedro Barbosa para o Sporting envolveu a verba mais elevada de sempre em transferências internas.


BARBOSA NO SPORTING

No começo da Era Pedro Santana Lopes, Maio de 1995, a primeira grande aquisição do Sporting foi Pedro Barbosa. O jogador tinha feito uma excelente temporada no Vitória de Guimarães e Carlos Queiroz, então treinador dos leões, fez questão de trazer Barbosa para Alvalade. PSL fez-lhe a vontade, mas o custo foi de tomo.

Na altura eu era jornalista a trabalhar na TSF e tentei apurar, ao máximo, os pormenores de uma transacção em que ninguém revelava valores. Nos bastidores falava-se em 200 mil contos que já era uma verba muito elevada para aquele tempo.

Pimenta Machado era o presidente do V. Guimarães e nunca deixou de ser ele a negociar directamente os activos do seu clube. Ainda antes de tudo estar acertado encontrei-o em Lisboa e aproveitei para lhe colocar algumas questões. Antes de avançar para a gravação da conversa, não deixei de lhe dizer que me custava a acreditar que o "meu clube" desse os tais 200 mil que se falava. Pimenta Machado, com um sorriso babado, disse-me: "é mais"! - Não acredito, repliquei eu! Mostrou-me então um papel do valor que supostamente, em Itália, atribuíam ao Pedro. Nada mais nada menos que 600 mil contos. Não passava de um papel, mas Machado estava-me a dar um indicador que eu não quis valorizar. Para gravar falei-lhe de um valor na volta dos 250 mil contos. Respondeu-me que era mais. Pensei que ele estava a armar-se e acabei por dar a notícia de que a transferência se faria por cerca dos tais 250 mil contos, valor que eu achava uma escandaleira.

MUITO DINHEIRO E... 5 JOGADORES

A transferência fez-se sem que ninguém divulgasse valores, voltando a falar-se de 200 a 250 mil contos. Ao dinheiro juntaram-se mais 5 jogadores, entre eles os internacionais Capucho e Filipe!

AFINAL FORAM CERCA DE 800 MIL CONTOS

Anos mais tarde, a judiciária fez uma investigação a transacções do Guimarães e descobriu uma conta, na Suíça, em nome da mulher de Pimenta Machado, para onde foram transferidos cerca de 150 mil contos relativos à transacção de Barbosa. A notícia vinha no Público, referindo que o Sporting se tinha prontificado a ajudar na investigação de um negócio pelo qual pagou cerca de 800 mil contos!!! Mais 5 jogadores!!!

Depois de ler a notícia do Público conclui eu que, afinal, não tinha sido o jornalista perspicaz que julgava ser por não ter percebido o que estava por detrás de um negócio que atingiu valores nunca vistos. Se juntarmos aos 800 mil contos (4 milhões de euros) os valores dos passes dos 5 jogadores, (Capucho ingressaria no ano seguinte no Porto por cerca de 300 mil contos), Barbosa custou cerca 1,4 milhões de contos (7 milhões de euros), em 1995!

NOTA FINAL

Com situações como esta, torna-se mais fácil perceber a razão dos grandes défices que apresentam os clubes. Mas há muita gente que prefere meter a cabeça na areia. Um dia destes será tarde demais para evitar o total descalabro.

Carlos Severino

segunda-feira, 12 de julho de 2010

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 5 A 11 JULHO



APLAUSO








D. VICENTE DEL BOSQUE



Conheci Del Bosque em 2000 quando o Sporting jogou com o Real Madrid para a Champions. Tive oportunidade de trocar algumas impressões com ele e fiquei seu fã porque aquele que eu vira jogar pelo Real e pela selecção de Espanha e naquela altura era o treinador do maior Clube do Mundo, mostrou-se um homem simples e humilde, orgulhoso de servir os Merengues, apesar de naquele tempo ser muito contestado pelos adeptos madridistas.



D. Vicente, com aquele ar bonacheirão, ficou-me na retina. É daquelas pessoas que tem o brilho das estrelas, mas que quase pede desculpa por existir. Ainda bem que existe e é com esse sentimento forte de ter conhecido alguém que valeu a pena, que lhe dou o meu humilde e forte Aplauso.



Del Bosque conseguiu dar a Espanha o único Título que lhe faltava. Parabéns D, Vicente.





ASSOBIO






ROBERTO




De um guarda-redes que custa 8 milhões espera-se classe e eficácia. No jogo com o Sion, Roberto mostrou fragilidades que deixam algumas dúvidas sobre se é o homem que Jesus precisa para substituir Quim!



O que vale é que ainda há Moreira e Júlio César.



Carlos Severino

quarta-feira, 7 de julho de 2010

SÍMBOLOS E RIVAIS

SÍMBOLOS E RIVAIS

A propósito desta inesperada e surpreendente transferência de João Moutinho para o Futebol Clube do Porto, vem-me à memória a ida de João Pinto para o Sporting, numa “estória” que foi muito mal contada.


CUSTO ZERO DE 10 MILHÕES

Se alguém conseguiu esse patamar de ser símbolo de um clube, João Pinto foi-o, seguramente, no Benfica. Numa carreira nos encarnados que acompanhei bem de perto enquanto jornalista, João Pinto que esteve para sair para o Sporting apenas com 1 ano de águia ao peito, numa jogada de Sousa Cintra, acabou por continuar na Luz até 2000, já que o Presidente, Jorge de Brito, conseguiu-o convencer a permanecer mesmo depois de o jogador ter encaixado 30 mil contos pagos pelo Sporting.


João Pinto não só continuou a vestir de encarnado, como se transformou na grande referência do Benfica, durante anos a fio, tendo ficado para a história do futebol português, muito em especial, pela exibição e marcação de 3 golos nos célebres 3-6 em Alvalade que garantiu o Título à equipa benfiquista. Até um contrato vitalício fez. Foi a maneira que o Presidente, Manuel Damásio, encontrou para aplacar a ira dos adeptos após sucessivos maus resultados.

Com Vale e Azevedo no comando do Benfica e após o Euro 2000 onde João Pinto marcou aquele que foi considerado o melhor golo da prova e um dos melhores de sempre, o jogador ruma ao Sporting com um anúncio pomposo de “custo zero”, sem que o Benfica recebesse nada!

Vale e Azevedo apontou a situação como benéfica para o Benfica, uma vez que se livrava do contrato vitalício e de um alto vencimento. Enquanto isso, os Sportinguistas exultavam com a vinda do Capitão benfiquista, ainda por cima a “custo zero”, numa operação que envolveu, também, o empresário José Veiga.

Como mais tarde se provou, afinal o “custo zero” foram 10 milhões de euros entre prémio de assinatura e vencimentos, que provocaram investigações e ameaças porque terá havido dinheiro que “voou” não se sabe bem para onde.

Há ainda questões por esclarecer e perguntas a que ninguém responde directamente. Será que Vale e Azevedo, que libertou o jogador do Benfica, recebeu alguma coisa?
Que razões estão por detrás das “estórias” contraditórias contadas por Veiga e dirigentes do Sporting?
Como se explica que os dirigentes falem em “custo zero” quando os clubes acabam por desembolsar milhões que não se percebe bem para onde vão?

NOTA FINAL

No caso Moutinho foi, que me lembre, a primeira vez que um "Grande" vende um símbolo, com 23 anos, Capitão há 5 anos, a um rival. No que respeita a João Pinto, a situação foi ainda mais esquisita uma vez que o Benfica não viu um tostão, embora tenha havido muito dinheiro envolvido. Com João Moutinho o Sporting sempre recebe os tais 11 milhões, embora seja um acto de completa subserviência que enfraquece, ainda mais, o estatuto de um Clube que devia ser líder, não subalterno. E para justificar o injustificável, não havia necessidade de arrasar um jovem valor que foi Capitão e exemplo de entrega ao jogo enquanto atleta do Sporting. 

Carlos Severino

domingo, 4 de julho de 2010

APLAUSO E ASSOBIO - SEMANA 28 JUNHO A 4 JULHO





APLAUSO





PINTO DA COSTA

Pinto da Costa sonha, José Bettencourt (não) pensa, o capitão do Sporting é vendido ao Futebol Clube do Porto!

PC continua em grande forma e desfalca, com consentimento de JEB, um clube que já foi rival para combater o verdadeiro rival, o Benfica. Genial.




ASSOBIO




JOSÉ BETTENCOURT

Não há palavras para descrever tal desvario. JEB humilhou a Nação Sporting. Foi por desespero financeiro?

Depois de ter consentido a ida de Ruben Micael e Vilas-Boas para o Porto, agora entrega, por metade do valor estipulado em contrato, o Capitão nado e criado no Sporting. Francamente JEB, é preciso não ter a noção do que é e deve ser o Sporting Clube de Portugal.

Carlos Severino

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O MUNDIAL DA "PORCARIA"

Portugal soçobrou perante a Espanha no Mundial dos Navegadores. No Mundial de 1994, Portugal treinado, como agora, por Queiroz, não se classificou, mas só perdeu essa hipótese no último jogo, em Itália e por 1-0. Foi um jogo cheio de peripécias, parecido com este com a Espanha, que tive oportunidade de acompanhar in - locco como jornalista da TSF, e que aqui recordo.


JOGO DE TUDO OU NADA DEU "PORCARIA"

No final de 1993 Portugal foi jogar a Itália a possibilidade de ir ao Mundial dos Estados Unidos da América. A Itália não podia perder para se classificar. Portugal tinha de ganhar.

O ambiente que antecedeu o encontro foi de alguma tensão. Eu viajei para Itália como "espião" a representar a Rádio TSF, para contar as "estórias" da Squadra Azurra que fazia o estágio em Covercciano, na bela Florença.

O Estigma do 17

O seleccionador italiano era Arrigo Sacchi, um homem sempre com um sorriso nos lábios a tentar driblar as perguntas apertadas dos jornalistas, em especial os da "casa". Sacchi nunca minimizou a selecção portuguesa que era composta já por um número apreciável de jogadores que haviam sido Campeões do Mundo de Sub-20 em 1991. Mas havia uma questão que era sistematicamente colocado pelos jornalistas italianos, que andava à roda do nº 17! Lembro-me de uma resposta em que aludiu ao facto do nº da sua porta de casa ser o 17. Percebi que andava ali superstição e por isso junto de uma jornalista italiana questionei que "estória" era aquela do 17? Coisa simples, o 17 italiano é o 13 português.

Queiroz e as Influências

Quando a selecção portuguesa chegou a Milão, local do encontro, Queiroz deu uma conferência de Imprensa onde não deixou de alertar para os jogos de influência por força do peso de Itália em relação a Portugal no mundo do futebol.

A Decisão

Com o estádio de S. Siro repleto de "tiffosi" Portugal, com os miúdos, não se atemorizou e jogou olhos nos olhos com os italianos. De tal maneira jogava bem Portugal, que deu para acreditar numa utópica surpresa. Rebate falso. A arbitragem começou a dar razão a Queiroz. Num instante Portugal ficou a jogar com 10 - Fernando Couto foi forçadamente expulso - e lá apareceu o golo salvador que colocou a Squadra no Mundial dos States.

A Revolta de Queiroz

No final do jogo Queiroz disparou em todas as direcções, mas o que gerou mais polémica foi a célebre frase: "...é preciso varrer a porcaria que há na FPF!" Nessa noite cometi a "proeza" de no labirinto de S. Siro encontrar Queiroz e Sacchi em amena cavaqueira, junto às cabinas. Ali os entrevistei, registando a alegria do seleccionador Italiano, aliviado por o 17 não ter sido obstáculo, elogiou a postura da equipa portuguesa lamentando que não se tivesse qualificado, enquanto Queiroz insistiu nas necessárias mudanças na FPF para que o seu estatuto merecesse mais respeito das instâncias do poder no futebol.

Queiroz acabou por sair, tendo ido treinar o Sporting. No entanto deixou as bases, em termos de jogadores, para uma razoável prestação que a Selecção havia de ter no Euro 96, com Oliveira no comando.

NOTA FINAL

A saída prematura do Mundial Sul-africano veio trazer à tona as costumadas polémicas, com muita gente a colocar em causa Carlos Queiroz, Ronaldo e Madaíl. É verdade que não é agradável ver a selecção ficar pelo caminho aos pés de espanhóis. Mas é preciso não esquecer que Espanha é uma super selecção e que Portugal fez o seu 5º Mundial em 19 edições. Em minha opinião, não há razão para mudanças radicais. É preciso fazer ajustes que, certamente, estão a ser ponderados por Queiroz e a sua equipa. Vem já aí o Europeu para se ver resultados que não defraudem as legítimas expectativas de todos nós.

Carlos Severino