Em todas as épocas há sempre bons arranques de algumas equipas. Em 1990/91 foi o FC Porto que arrancou melhor, mas acabou por perder o campeonato para o Benfica, muito por causa da intromissão dos encarnados junto de um jogador portista que fazia a diferença naquela temporada: Geraldão.
BENFICA FOI TENTAÇÃO PARA GERALDÃO
A época de 90/91 começou em grande para o FC Porto. Quando os avançados não resolviam os jogos havia sempre Geraldão que, de livre, nunca falhava. Tratava-se de um central brasileiro, com 1,92m de altura e 90 kg de peso, conhecido como o "homem bomba", que já decorridas algumas jornadas era só o melhor marcador dos dragões.

Entretanto, o Benfica também não estava mal. A equipa treinada por Eriksson, tinha em Gaspar Ramos o Director responsável pelo futebol encarnado. O dirigente, conhecedor dos meandros futeboleiros, não se havia esquecido de que poucos anos antes o Benfica tinha ficado sem Rui Águas e Dito que Pinto da Costa convenceu a vestirem a camisola do FC Porto.
"Olho por olho, dente por dente", a máxima aplica-se ao caso. Nada se provou, mas também ninguém desmentiu. Gaspar Ramos tirou-se dos seus cuidados e terá feito chegar a Geraldão uma proposta irrecusável para o jogador largar o Porto. E para que o efeito fosse mesmo eficaz, terá feito com que tudo se constasse. Foi letal.
Pinto da Costa não perdoou e em Janeiro de 91 mandou Geraldão de "férias" para o Brasil. O jogador negou sempre tudo, mas o Benfica acabou por ganhar o campeonato. Desde a saída de Geraldão o FCP, naquela temporada, nunca mais foi a mesma equipa.
Geraldão nunca jogou no Benfica. Na época seguinte foi para o PSG, acabando a carreira em 93, aos 30 anos, representando a Portuguesa. Uma lesão complicada fez com que terminasse a carreira prematuramente.
Haveria ainda de regressar ao Porto, em 1997, para treinar a equipa B.
Gaspar Ramos foi dos poucos adversários de respeito que Pinto da Costa enfrentou até hoje. Mas, concretamente, Gaspar Ramos há muito que está fora das lides futebolísticas enquanto PC é aquilo que se sabe.
Carlos Severino